Desde
a sua origem a Coroa de Advento possui um sentido especificamente
religioso e cristão: anunciar a chegada do Natal sobretudo às crianças,
preparar-se para a celebração do Santo Natal, suscitar a oração em
comum, mostrar que Jesus Cristo é a verdadeira luz, o Deus da Vida que
nasce para a vida do mundo. O lugar mais natural para o seu uso é
família.
Além da coroa como tal com as velas, é
uso antigo pendurar uma coroa (guirlanda), neste caso sem velas, na
porta da casa. Em geral laços vermelhos substituem as velas indicando os
quatro pontos cardeais. Entrou também nas igrejas em formas e lugares
diferentes, em geral junto ao ambão. Cada domingo do Advento se acende
uma vela. Hoje está presente em escolas, hotéis, casas de comércio, nas
ruas e nas praças. Tornou-se mesmo enfeite natalino. Já não se pode
pensar em tempo de Advento sem a coroa com suas quatro velas.
Pelo fato de se tratar de uma linguagem simbólica, a Coroa de Advento e seus elementos podem ser interpretados de diversas formas. Desde a sua origem ela possui um forte apelo de compromisso social, de promoção das pessoas pobres e marginalizadas. Trata-se de acolher e cuidar da vida onde quer que ela esteja ameaçada. Podemos dizer que a Coroa de Advento constitui um hino à natureza que se renova, à luz que vence as trevas, um hino a Cristo, a verdadeira luz, que vem para vencer as trevas do mal e da morte. É, sobretudo, um hino à vida que brota da verdadeira Vida.
A mensagem da Coroa de Advento é percebida a partir do simbolismo de cada um de seus elementos.
O Círculo
A
coroa tem a forma de círculo, símbolo da eternidade, da unidade, do
tempo que não tem início nem fim, de Cristo, Senhor do tempo e da
história. O círculo indica o sol no seu ciclo anual, sua plenitude sem
jamais se esgotar, gerando a vida. Para os cristãos este sol é símbolo
de Cristo.
Desde a Antigüidade, a coroa é símbolo de vitória e
do prêmio pela vitória. Lembremos a coroa de louros, a coroa de ramos
de oliveira, com a qual são coroados os atletas vitoriosos nos jogos
olímpicos.
Os
ramos verdes que enfeitam o círculo constumam ser de abeto ou de pinus,
de ciprestes. É símbolo nórdico. Não perdem as folhas no inverno. É,
pois, sinal de persistência, de esperança, de imortalidade, de vitória
sobre a morte.
Para nós no Brasil este elemento é um tanto
artificial e, por isso, problemático, menos significativo, visto que
celebramos o Natal no início do verão e com isso não vivenciamos esta
mudança da renovação da natureza. Por isso, a tendência de se substituir
o verde por outros elementos ornamentais do círculo: frutos da terra,
sementes, flores, raízes, nozes, espigas de trigo.
Para ornar a coroa usam-se também laços de fitas vermelhas ou rosas, símbolo do amor de Jesus Cristo que se torna homem, símbolo da sua vitória sobre a morte através da sua entrega por amor. Deste modo, nas guirlandas penduradas nas portas das casas, os laços ocupam o lugar das velas. Lembram os pontos cardeais, a cruz de Cristo, que irradia a luz da salvação ao mundo inteiro.
As
quatro velas indicam as quatro semanas do Tempo do Advento, as quatro
fases da História da Salvação preparando a vinda do Salvador, os quatro
pontos cardeais, a Cruz de Cristo, o Sol da salvação, que ilumina o
mundo envolto em trevas. O ato de acender gradativamente as velas
significa a progressiva aproximação do Nascimento de Jesus, a
progressiva vitória da luz sobre as trevas.Originariamente, a velas eram
três de cor roxa e uma de cor rosa, as cores dos domingos do Advento.
O
roxo, para indicar a penitência, a conversão a Deus e o rosa como sinal
de alegria pelo próximo nascimento de Jesus, usada no 3º domingo do
Advento, chamado de Domingo “Gaudete” (Alegrai-vos).
Existem diferentes tradições sobre os significados das velas. Uma bastante difundida:
a primeira vela é do profeta;
a segunda vela é de Belém;
a terceira vela é dos pastores;
a quarta vela é dos anjos.
Outra tradição vê nas quatro velas as grandes fases da História da Salvação até a chegada de Cristo. Assim:
a primeira é a vela do perdão concedido a Adão e Eva, que de mortais se tornarão seres viventes em Deus;
a segunda é a vela da fé dos patriarcas que crêem na promessa da Terra Prometida;
a terceira é a vela da alegria de Davi pela sua descendência;
a quarta é a vela do ensinamento dos profetas que anunciam a justiça e a paz.
Nesta perspectiva podemos ver nas quatro velas as vindas ou visitas de Deus na história, preparando sua visita ou vinda definitiva no seu Filho Encarnado, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo:
o tempo da criação: de Adão e Eva até Noé;
o tempo dos patriarcas;
o tempo dos reis;
o tempo dos profetas.
Fonte: Franciscanos
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