O
vocábulo "Liturgia", em grego, formado pelas raízes leit- (de
"laós", povo) e -urgía (trabalho, ofício) significa serviço ou
trabalho público.
Para
os cristãos, Liturgia, é, pois, a atualização da entrega de Cristo para a
salvação. Cristo entregou-se duma vez por todas, na Cruz. O que a liturgia faz
é o memorial de Cristo e da salvação, ou seja, torna presente, através da
celebração, o acontecimento definitivo do Mistério Pascal. Através da
celebração litúrgica, o crente é inserido nas realidades da sua salvação.
Liturgia é antes de tudo "serviço do povo", essa experiência é fruto de uma vivencia fraterna, ou seja, é o culto, é uma representação simbólica (que não se trata de uma encenação uma vez que o mistério é contemplado em "espírito e verdade") da vida cotidiana do crente em comunhão com sua comunidade.
A Liturgia tem raízes absolutamente cristológicas. Cristo rompe com o ritualismo e torna a liturgia um "culto agradável a Deus", conforme preceitua o apóstolo Paulo em Romanos 12,1-2.
Liturgia é antes de tudo "serviço do povo", essa experiência é fruto de uma vivencia fraterna, ou seja, é o culto, é uma representação simbólica (que não se trata de uma encenação uma vez que o mistério é contemplado em "espírito e verdade") da vida cotidiana do crente em comunhão com sua comunidade.
A Liturgia tem raízes absolutamente cristológicas. Cristo rompe com o ritualismo e torna a liturgia um "culto agradável a Deus", conforme preceitua o apóstolo Paulo em Romanos 12,1-2.
CATECISMO
DA IGREJA CATÓLICA
Por
que a Liturgia?
1066.
No Símbolo da Fé, a Igreja confessa o mistério da Santíssima Trindade e o
seu "desígnio admirável" (Ef 1, 9) sobre toda a criação: o Pai
realiza o "mistério da sua vontade", dando o seu Filho muito amado e
o seu Espírito Santo para a salvação do mundo e para a glória do seu nome.
Tal é o mistério de Cristo, revelado e realizado na história segundo um
plano, uma "disposição" sabiamente ordenada, a que São Paulo chama
"a economia do mistério" (Ef 3, 9) e a que a tradição patrística
chamará "a economia do Verbo encarnado" ou "economia da
salvação".
1067.
"Esta obra da redenção humana e da glorificação perfeita de Deus, cujo
prelúdio foram as magníficas obras divinas operadas no povo do Antigo
Testamento, realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da
sua bem-aventurada paixão, Ressurreição dos mortos e gloriosa ascensão, em
que, "morrendo, destruiu a morte e ressuscitando restaurou a vida".
Efetivamente, foi do lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu "o
sacramento admirável de toda a Igreja"". É por isso que, na
liturgia, a Igreja celebra principalmente o mistério pascal, pelo qual Cristo
realizou a obra da nossa salvação.
1068.
É este mistério de Cristo que a Igreja proclama e celebra na sua liturgia,
para que os fiéis dele vivam e dele dêem testemunho no mundo.
"A liturgia, com efeito, pela qual, sobretudo no sacrifício eucarístico, "se atua a obra da nossa redenção", contribui em sumo grau para que os fiéis exprimam na vida e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a autêntica natureza da, verdadeira Igreja".
"A liturgia, com efeito, pela qual, sobretudo no sacrifício eucarístico, "se atua a obra da nossa redenção", contribui em sumo grau para que os fiéis exprimam na vida e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a autêntica natureza da, verdadeira Igreja".
QUAL
O SIGNIFICADO DA PALAVRA LITURGIA?
1069.
Originariamente, a palavra "liturgia" significa "obra
pública", "serviço por parte dele em favor do povo". Na
tradição cristã, quer dizer que o povo de Deus toma parte na "obra de
Deus". Pela liturgia, Cristo, nosso Redentor e Sumo-Sacerdote, continua na
sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção.
1070.
No Novo Testamento, a palavra "liturgia" é empregada para designar,
não somente a celebração do culto divino mas também o anúncio do Evangelho
e a caridade em ato. Em todas estas situações, trata-se do serviço de Deus e
dos homens. Na celebração litúrgica, a Igreja é serva, à imagem do seu
Senhor, o único " Liturgo", participando no seu sacerdócio (culto)
profético (anúncio) e real (serviço da caridade):
"Com
razão se considera a liturgia como o exercício da função sacerdotal de Jesus
Cristo. Nela, mediante sinais sensíveis e no modo próprio de cada qual,
significa-se e realiza-se a santificação dos homens e é exercido o culto
público integral pelo corpo Místico de Jesus Cristo, isto é, pela cabeça e
pelos membros. Portanto, qualquer celebração litúrgica, enquanto obra de
Cristo Sacerdote e do seu corpo que é a Igreja, é ação sagrada por
excelência e nenhuma outra ação da Igreja a iguala em eficácia com o mesmo
título e no mesmo grau".
A
LITURGIA COMO FONTE DE VIDA
1071.
Obra de Cristo, a Liturgia é também uma ação da sua Igreja. Ela realiza e
manifesta a Igreja como sinal visível da comunhão de Deus e dos homens por
Cristo; empenha os fiéis na vida nova da comunidade, e implica uma
participação "consciente, ativa e frutuosa" de todos.
1072.
"A liturgia não esgota toda a ação da Igreja". Deve ser precedida
pela evangelização, pela fé e pela conversão, e só então pode produzir os
seus frutos na vida dos fiéis: a vida nova segundo o Espírito, o empenhamento
na missão da Igreja e o serviço da sua unidade.
ORAÇÃO
E LITURGIA
1073.
A liturgia é também participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no
Espírito Santo. Nela, toda a oração cristã encontra a sua fonte e o seu
termo. Pela liturgia, o homem interior lança raízes e alicerça-se no
"grande amor com que o Pai nos amou" (Ef 2, 4), em seu Filho
bem-amado. É a mesma "maravilha de Deus" que é vivida e
interiorizada por toda a oração, "em todo o tempo, no Espírito" (Ef
6, 18).
DOCUMENTO
43 DA CNBB
(alguns tópicos)
(alguns tópicos)
44.
O projeto de comunhão de Deus conosco, que chamamos de obra da salvação, foi
prenunciado pelo próprio Deus no Antigo Testamento e realizado em Cristo. Hoje
a Liturgia o celebra, isto é, o rememora e o torna presente na Igreja.
48.
O mistério pascal de Cristo é o centro da História da salvação e por isso o
encontramos na Liturgia como seu objeto e conteúdo principal. Esse mistério
envolve toda a vida de Cristo e a vida de todos os cristãos. "Por sua
obediência perfeita na cruz e pela glória da sua ressurreição, o Cordeiro de
Deus tirou o pecado do mundo e abriu-nos o caminho da libertação definitiva.
Por nosso serviço e nosso amor, mas também pelo oferecimento de nossas
provações e sofrimentos, nós participamos do único sacrifício redentor de
Cristo, completando em nós o que falta às tribulações de Cristo pelo seu
corpo que é a Igreja".
49.
Assim se entende como e por que sem a ação do Espírito Santo não pode haver
Liturgia. A Páscoa de Cristo que celebramos é fruto do Espírito Santo que
impulsionou o Filho de Deus a realizar a vontade do Pai até as últimas
conseqüências (cf. Hb 9,14). E quem envolve no mistério pascal a vida, as
lutas e as esperanças de todas as pessoas é o mesmo Espírito, que na Liturgia
é invocado para a santificação do pão e do vinho e a união dos fiéis. O
Espírito continua exortando-nos a que ofereçamos nossa vida e nosso
compromisso de servir aos irmãos na construção do Reino, como hóstias vivas,
santas e agradáveis a Deus. Aliás, é este o nosso culto espiritual (cf. Rm
12,1).
50.
Nesta perspectiva, acolhemos com alegria o atual anseio de, nas ações
litúrgicas, celebrar os acontecimentos da vida inseridos no Mistério Pascal de
Cristo. De fato, na Liturgia sempre se celebra a totalidade do Mistério de
Cristo e da Igreja, com todas as suas dimensões. A vida se manifesta não
apenas nos momentos fortes do culto, mas também no esforço por crescente
comunhão participativa; na consciência de sua vocação missionária; no
empenho pela acolhida e animação catequética da Palavra; no espírito de
amplo diálogo ecumênico e na séria, corajosa e profética ação
transformadora do mundo.
54.
O Povo de Deus, sobretudo na Assembléia litúrgica se expressa como um povo
sacerdotal e organizado, no qual a diversidade de ministérios e serviços
concorrem para o enriquecimento de todos. Sua unidade e harmonia é um serviço
do ministério da presidência. Convocada por Deus, a assembléia litúrgica,
expressão sacramental da Igreja, unida a Jesus Cristo, é o sujeito da
celebração.
55.
O Povo de Deus convocado para o culto é o mesmo povo que trabalha, faz festa,
sofre, espera e luta na História. Por isso, as nossas assembléias são
diversificadas. É mister abrir espaços de esperança à manifestação das
ricas expressões religiosas das comunidades, dos grupos étnicos e das grandes
massas empobrecidas. Porque não é possível celebrar um ato litúrgico alheio
ao contexto da vida real do povo, em sua dimensão pascal.
56.
É essa diversificada assembléia, que é servida por ministérios e serviços
multiformes, que o Espírito suscita em sua Igreja. Entre os ministérios
distinguem-se os ordenados, do bispo, do presbítero e do diácono,
participação específica no múnus dos apóstolos, múnus este, instituído
por Jesus Cristo. Hoje temos os ministérios instituídos do acólito e do
leitor; e chamamos "de credenciados" os serviços que o cristão leigo
exerce em virtude de seu batismo sob a coordenação de seu Bispo: são assim, o
ministério extraordinário do Batismo, da Comunhão Eucarística e da
assistência ao Matrimônio. Há também determinados serviços litúrgicos que,
de modo estável, desempenham leitores, comentaristas, recepcionistas,
componentes do coral e, sobretudo, as Equipes de Pastoral Litúrgica. Esta
diversidade de ministérios fortalece a Igreja como comunidade e realça a
dimensão comunitária da ação litúrgica.
153.
A Liturgia é fonte de vida e expressão celebrativa da comunidade eclesial.
Nela, homens e mulheres chegam ao mais alto patamar da comunhão com Deus,
quando a criatura amada e redimida por seu Senhor, dilata seu coração numa
perene ação de graças, que se torna, por sua vez, bendita escola de
gratuidade. Por outro lado, os leigos encontram fundamento para sua
espiritualidade no Evangelho vivido por tantos cristãos leigos ao longo da
história da Igreja.
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