1. Reunião… muito bem. Ensaio… ótimo. E a oração juntos? E a adoração juntos? Se não rezam juntos, um CD seria melhor…
2. Cantores: às vezes, o silêncio é o melhor canto.
3.
Cantores: o improviso é uma arma que o diabo tenta enfiar na Missa:
distrai, tira a paz, irrita, causa brigas e ainda fica feio.
4.
Seria bom que os cantos tivessem alguma relação ou com o Tempo
Litúrgico que se vive, ou com os textos da Liturgia da Palavra do dia
ou com o momento que se está na Missa.
5.
Há uma diferença razoável entre banda (show, animação, bota pra
quebrar) e ministério de música (celebração, adoração, corações ao
alto).
6. O canto final é a última
mensagem da Igreja para aquele povo que foi à Missa. Não pode ser
considerado um mero “canto de dispersão da assembléia”.
7. Nunca é demais lembrar algumas orientações do Santo Padre São Pio X:
a música sacra deve possuir, em grau eminente, as qualidades próprias da liturgia, e nomeadamente a santidade e a delicadeza das formas, donde resulta espontaneamente outra característica, a universalidade.
Deve ser santa, e por isso excluir todo o profano não só em si mesma, mas também no modo como é desempenhada pelos executantes.
Deve
ser arte verdadeira, não sendo possível que, doutra forma, exerça no
ânimo dos ouvintes aquela eficácia que a Igreja se propõe obter ao
admitir na sua liturgia a arte dos sons. Mas seja, ao mesmo tempo, universal
no sentido de que, embora seja permitido a cada nação admitir nas
composições religiosas aquelas formas particulares, que em certo modo
constituem o caráter específico da sua música própria, estas devem ser
de tal maneira subordinadas aos caracteres gerais da música sacra que ninguém doutra nação, ao ouvi-las, sinta uma impressão desagradável.
Estas qualidades se encontram em grau sumo no canto gregoriano, que é por conseqüência o canto próprio da Igreja Romana,
o único que ela herdou dos antigos Padres, que conservou
cuidadosamente no decurso dos séculos em seus códigos litúrgicos e que,
como seu, propõe diretamente aos fiéis, o qual estudos recentíssimos
restituíram à sua integridade e pureza.
Por tais motivos, o canto gregoriano foi sempre considerado como o modelo supremo da música sacra, podendo com razão estabelecer-se a seguinte lei geral: uma
composição religiosa será tanto mais sacra e litúrgica quanto mais se
aproxima no andamento, inspiração e sabor da melodia gregoriana, e será
tanto menos digna do templo quanto mais se afastar daquele modelo
supremo. (Peço licença para interromper o Santo Padre e
fazer uma sugestão: os monges de Abadia da Ressurreição em Ponta Grossa
tem um vasto material de Canto Gregoriano em português, por que não
utilizá-lo para depois introduzir os cantos em latim?)
O canto gregoriano deverá, pois, restabelecer-se amplamente nas funções do culto, sendo certo que uma função eclesiástica nada perde da sua solenidade, mesmo quando não é acompanhada senão da música gregoriana.
Procure-se nomeadamente restabelecer o canto gregoriano no uso do povo, para que os fiéis tomem de novo parte mais ativa nos ofícios litúrgicos, como se fazia antigamente.
A Igreja tem reconhecido e favorecido sempre o progresso das artes, admitindo ao serviço do culto o que o gênio encontrou de bom e belo através dos séculos, salvas sempre as leis litúrgicas.
Por isso é que a música mais moderna é também admitida na Igreja,
visto que apresenta composições de tal qualidade, seriedade e gravidade
que não são de forma alguma indigna das funções litúrgicas.
Todavia,
como a música moderna foi inventada principalmente para uso profano,
deverá vigiar-se com maior cuidado por que as composições musicais de
estilo moderno, que se admitem na Igreja, não tenham coisa alguma de
profana, não tenham reminiscências de motivos teatrais, e não sejam
compostas, mesmo nas suas formas externas, sobre o andamento das
composições profanas. (S. Pio X. Motu próprio TRA LE SOLLICITUDE)
8.
Sei que alguém poderia dizer: Mas esse negócio de canto gregoriano é
de antes do Concílio, o Papa São Pio X é do início do século XX… Hoje,
depois do Concílio as coisas tem que ser novas. Por isso: “A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na acção litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar.” (Sacrossanctum Concilium, n. 116)
9. Penso ser bom recordar que profano aqui não quer dizer pecaminoso, mas fora do uso litúrgico. Dou um exemplo: Eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer…
Não é uma música pecaminosa, mas profana. Fala da beleza do amor
humano e outros valores muito elevados, mas não serve para a liturgia,
mesmo que se diga que se está cantando para Jesus…
9.
Por isso Rock, Baião, Sertanejo Universitário, Samba e outros modos
musicais não podem ser utilizados na liturgia. Então, os
instrumentistas tomem muito cuidado para não darem um “ar” de rock ou
outros estilos musicais as músicas litúrgicas. Especialmente aquelas
mais tradicionais.
10. É certo que
alguns pensam que a introdução de ritmos profanos na liturgia pode
atrair mais pessoas para a Igreja, seria bom recordar aqui o nosso
atual Papa: “Diria que uma Igreja que procura sobretudo ser atraente já estaria num caminho errado, porque a Igreja não trabalha para si, não trabalha para aumentar os próprios números e, assim, o próprio poder.” (Bento XVI em entrevista durante a viagem para a Inglaterra. 16 de setembro de 2010).
10.
Não se trata de querer as Igrejas vazias. A Igreja deve ser diferente,
e os seus cantos também. E é essa diferença (que não é esquisitice)
que atrai.
11. Termino com um
pensamento otimista: O NOSSO POVO É CAPAZ. Não nivelemos por baixo! Não
tratemos o nosso povo como pessoas ignorantes! Ensinemos com
paciência, constantemente, e veremos ressurgir o que se destruiu por
falta de compreensão do que ensina a Igreja.
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